Cartas
Generalização
de sentimentos inapropriados
Contados
de formas enigmáticas
Por
pessoas nem sempre dispostas
Usamos
ferramentas estranhas pra falar coisas fáceis
Que
se revelam de modos laboriosos
Embora
muitas vezes a emoção
Ralenta
o percevejo que essa alma abriga
Dentro
do desejo infame e impronunciável
Pela
beleza relativa da manhã do nosso afeto
Meu
lindo querer,
Quem
me queira nesse mundo melhor do que você?
Amálgama
meus sentidos dentro do peito floreado de cor
Nada
faço se não fuligem e fumaça
Devastando
as matas de seus pensamentos desclassificados
Me
veja !
Me
contemple!
Minha
graça!
Estou
bem embaixo da luz, ensolarada, posta tão somente para te fazer sorrir !
Me
ouça!
Preparei
belas canções e tenho todas gravadas aqui
Considerando
o desafio dessa atmosfera
Quando
o corpo se esforça ao máximo
Para
fazer os movimentos que antes lhe eram naturais
O
ar se mostra então pesado, rarefeito.
Moléculas
descompensadas apresentam defeito
Ainda
assim não se renda!
Em
cartas bordadas de papel amassado
Escrito
com letras douradas, te peço
Não
se renda!
A
beleza fica ainda mais bela quando emoldurada
Ainda
te quero!
por Indira Nascimento