domingo, 29 de julho de 2012

Cartas


Cartas

Generalização de sentimentos inapropriados
Contados de formas enigmáticas
Por pessoas nem sempre dispostas
Usamos ferramentas estranhas pra falar coisas fáceis
Que se revelam de modos laboriosos

Embora muitas vezes a emoção
Ralenta o percevejo que essa alma abriga
Dentro do desejo infame e impronunciável
Pela beleza relativa da manhã do nosso afeto

Meu lindo querer,
Quem me queira nesse mundo melhor do que você?
Amálgama meus sentidos dentro do peito floreado de cor
Nada faço se não fuligem e fumaça
Devastando as matas de seus pensamentos desclassificados

Me veja !

Me contemple!

Minha graça!
 Estou bem embaixo da luz, ensolarada, posta tão somente para te fazer sorrir !
Me ouça!
Preparei belas canções e tenho todas gravadas aqui
Considerando o desafio dessa atmosfera
Quando o corpo se esforça ao máximo
Para fazer os movimentos que antes lhe eram naturais
O ar se mostra então pesado, rarefeito.
Moléculas descompensadas apresentam defeito
Ainda assim não se renda!
Em cartas bordadas de papel amassado
Escrito com letras douradas, te peço

Não se renda!
A beleza fica ainda mais bela quando emoldurada
Ainda te quero!

por Indira Nascimento